[Resenha] Dilacerada - Helô Delgado

Dilacerada || Drama , Romance || Helô Delgado || 254 || 2018 || Coerência 

Sinopse:
O que você faria se alguém do seu passado voltasse para a sua vida e você tivesse que enfrentar seus traumas?
Uma família peculiar. Uma mãe rigorosa. Um romance.
Aos 27 anos, Vivian é uma adulta marcada por seu passado e leva uma vida reservada. Não confia em quase ninguém e acredita ser incapaz de amar. Quando menos espera, depara-se com uma situação delicada, a qual evita por vários anos: a necessidade de buscar ajuda profissional para falar sobre seu passado, seus sentimentos e enfrentar seus conflitos mais profundos.



S
abe aquele momento da vida literária em que nada te apetece? Que a ressaca esta tão grande que todos os livros parecem sem graça, e apesar de iniciar a leitura se manter nela é uma tortura? Pois é, foi em um momento como esse, em plena madrugada, que acabei sendo sugada para a história de Vivian. Ela estava desabafando comigo. E eu? Bom, eu não podia mais abandoná-la...

Quando o livro se inicia, Vivian tem 27 anos e se encontra na primeira consulta com a psicóloga, ela precisa vencer alguns demônios, enfrentar seu passado e descobrir uma forma de seguir em frente em meio há tantos horrores que aconteceram na sua vida. Seu papel? Você pode ser apenas o leitor e acompanhar, ou assim como eu, pode se sentir a(o) psicóloga e entrar de corpo e alma nesse romance intenso e cheio de reviravoltas.

Quando tinha 15 anos, Vivian era criada praticamente em cárcere privada, sua mãe, Karina, uma mulher dura e com fixação por limpeza, mantinha ela e a irmã trancadas com a desculpa de que o mundo era perigoso demais para passar da porta. E assim Vivian vive seus dias, estudando em casa, limpando e cuidando da sua irmã Valeria, uma criança portadora da Síndrome de Down.

Mas tudo muda, quando em uma bela tarde ela conhece Lucas, um rapaz lindo e de olhos azuis penetrantes que promete tornar seus dias bem melhores, apesar de ser uma amizade secreta e Vivian só poder vê-lo raramente e escondido, aos poucos o primeiro amor vai surgindo, e com ele um certo nível de questionamento que pode até ser visto como rebeldia. E quando sua mãe descobre esse romance, enlouquecida resolve levar as filhas embora, e essa viagem promete ser o divisor de águas da vida de Vivian.

Anos se passam, e quando tudo parecia estar sob controle, Vivian vai descobrir que o passado, quando não resolvido, fica à espreita aguardando o momento propício para retornar e te fazer enfrentar. Porque afinal tudo precisa ser resolvido uma hora, nada fica guardado para sempre. E é nesse momento de transição que conheceremos sua história.


Alguém por favor, poderia desligar? Alguém poderia voltar no tempo e mudar tudo? Alguém possuía esse poder? [...]

Esse é o primeiro livro da Helô que leio, e espero que venham bem mais por aí, já que ela com apenas um exemplar conseguiu conquistar o Hall das queridinhas no meu coração. Vivian é aquele tipo de personagem que me cativa e me mostra porque amo tanto ler, a possibilidade de se identificar com a personagem, com seus medos e problemas e acima de tudo, vê-la evoluir e vencer seus demônios são inclassificáveis.

Com uma narrativa em primeira pessoa, os capítulos do livro sempre se iniciam com um diálogo curto entre a protagonista e sua psicologa, e pode-se dizer que, em muitos momentos aqueles questionamentos eram os meus, assim como alguns medos da Vivian também se tornaram meus. Ela não sabe amar, pelo menos é nisso que ela acredita. Depois de tanto sofrimento na infância, depois de todas as perdas e as mágoas que a acompanharam por um longo período, será ali, naquela sala, e na frente do leitor que ela encontrará sua liberdade e seu auto perdão.

E apesar de Lucas ser considerado o segundo a partir seu coração, talvez seja ele o responsável por curar? OU melhor, talvez ele seja apenas o empurrão que ela precisa para enfim vencer seus pesadelos.

O romance criado pela Helô tem de tudo um pouco, aquele momento primeira paixão, alguns momentos divertidos, e muitos, muitos momentos densos que te levam a refletir sobre as lógicas da vida e do coração. Com uma pegada meio Colleen Hoover, esse livro promete te emocionar.

Com uma escrita cativante e deliciosa, nesse primeiro romance Helô mostra que tanto tempo trabalhando em um livro, só servem para torná-lo cada vez mais perfeito, e se em seu primeiro volume ela já me fez chorar tenho medo do que vai acontecer nos próximos. Porque com certeza estarei na fila de leitura dos seus próximos lançamentos.


"- Mesmo quando pessoas muito próximas nos machucam, não conseguimos extinguir os sentimentos que temos por elas. "




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7 Comentários

  1. Oi Kelly
    Não conhecia este livro ainda, mas fiquei muito curiosa para ler Dilacerada.
    A sinopse é interessante e o tema me interessa muito.
    Dica anotada! Depois te conto!
    Gostei muito do post e da foto
    Bjs

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  2. Gosto de livros assim. Gosto da temática e do fato de parecer que o personagem esta ali com você. Faz com que você se sinta parte da história e com que não largue o livro para quase nada.Boa indicação. Parabéns.

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  3. "- Mesmo quando pessoas muito próximas nos machucam, não conseguimos extinguir os sentimentos que temos por elas. " Esse trecho do livro que você colocou reflete bem o que a personagem do livro que estou lendo está passando. A pessoa te machuca, te destroça, mas seus sentimentos por ela não vão embora. Não importa o quanto você lute contra isso. :(

    Kelly, eu já leio suas resenhas sabendo que você vai me fazer desejar ler o livro!kkkkkkkk... Já ouvi falar da Helô, mas nunca tinha parado para ler uma resenha sobre algum livro dela. Fiquei super interessada nesse! Deus do céu! Tem noção de como minha lista de futuras leituras está cheia? Tem mais de 600 livros nela!kkkkkkkkk... E agora sinto que acabarei passando Dilacerada na frente. Que Deus me ajude!rsrs

    Dá para ter uma noção de como esse livro é tenso, do que a protagonista passou. Vemos família como refúgio, lar, segurança. Mas o mundo tem diversos tons de cinza e as coisa nem sempre são tão simples. Muitas vezes são nossos familiares os responsáveis por nossas maiores dores. Não deveria ser assim, mas é.

    Sempre gosto de ser envolvida pela história. Isso é essencial para mim. Pode doer, eu posso sofrer horrores, mas preciso ser atingida. Se leio o livro e não sinto nada aí sim é tempo perdido. Não dá para ter uma distância entre os personagens e eu, preciso me sentir na pele deles, compreendê-los, ser parte da história. Como você, eu também me envolveria muito por um livro como esse. E isso seria maravilhoso! :D

    Bjs!

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  4. Ola
    Fico feliz que se sentiu tão próxima assim da personagem. Parece ser aquele tipo de leitura que realmente prende. Adorei a dica.
    Beijo
    Raquel Machado
    Leitura kriativa
    Http://leiturakriativa.blogspot.com

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  5. Oiee Kelly ^^
    Já vi que não vou gostar da mãe da Vivian...haha' acho que já tinha visto algo sobre esse livro antes - a premissa e a capa não me são estranhas -, e parece ser muito bom e bem desenvolvido (além de apaixonante!). Mas não é o tipo de livro que eu ando querendo ler no momento, então vou passar a dica por enquanto :)
    MilkMilks ♥

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  6. Oi BFF!
    Esse livro deve ser de despedaçar o coração! Só de ler sua resenha já fiquei toda emocionada, imagine com o livro - você sabe como sou mole né? Mas gostei da personagem ter uma irmã com Down e cuidar dela, é importante que os livros tragam essa inclusão.
    Bjs!

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  7. Tão bom quando a gente está em uma fase de nada agradar ser arrebatada por uma história não é mesmo? Mais ainda quando é de uma autora que a gente ainda não conhece... Adoro encontrar leituras assim...
    No momento eu estou meio que tentando fugir de histórias mais densas ou com o clima mais dramático (tô tentando evitar as lágrimas por que por mais que tenham final feliz, os meios tristes tem acabado comigo!) mas achei a premissa desse muito interessante - vou até anotar aqui para quem sabe mais para a frente dar uma chance...
    Beijinhos,
    Lica

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